BioNOW! #41 - Poderá uma esponja ser solução para os derrames petrolíferos?
A procura por uma forma sustentável de limpar o oceano dos derrames de petróleo motivou uma equipa de investigadores a criar uma esponja inteligente, que absorve seletivamente o petróleo da água. Tem a capacidade de absorver até 30 vezes o seu peso, é reutilizável e não apresenta quaisquer danos para a vida marinha.
Os derrames de petróleo no oceano que têm ocorrido nas últimas décadas são uma grande ameaça ao ambiente e à biodiversidade marinha. Além disso, os próprios processos de limpeza e de remoção do petróleo podem acabar por agravar mais o problema. Por vezes, é emitida uma maior quantidade de gases de efeito de estufa e o uso de químicos pode acentuar ainda mais a poluição.
Com o objetivo de criar uma alternativa mais económica e amiga do ambiente, uma equipa de investigadores da Universidade Northwestern, nos EUA, desenvolveu uma esponja altamente porosa que absorve de forma seletiva o petróleo da água. A junção de uma nanoestrutura magnética com uma estrutura de carbono permitiu criar um nanocompósito oleofílico, hidrofóbico e magnético (OHM). No estudo em causa, foi utilizado para revestir uma esponja, denominada então por esponja OHM.

Figura 1 – Mecanismo de ação da esponja na remoção de petróleo da água.
A capacidade de absorção foi testada com diferentes tipos de petróleo, com densidades e viscosidades distintas. Os investigadores conseguiram, assim, concluir que a esponja absorvia de forma consistente 30 vezes o seu peso em petróleo e que apenas perdia eficiência após dezenas de utilizações. A fim de recriar as condições adversas que existem em alto mar, a esponja foi colocada num agitador submerso, para avaliar a sua eficiência perante as ondas. Neste último caso, a esponja libertou menos de 1% do total de petróleo absorvido.
Por conseguinte, a esponja OHM não só é eficaz em condições aquáticas extremas, como também numa elevada gama de níveis de pH e salinidade. Está ainda a ser testada a utilização da mesma na remoção de fosfatos, provenientes de fertilizantes, e de metais pesados e outras toxinas que existam em solos. A equipa de investigadores descreve este produto como uma “solução à nanoescala para um problema a uma escala giga”.