BioNOW! #72 - Doctor Octopus
Estratégias Cognitivas para o aperfeiçoamento do corpo humano
Num estudo publicado na revista Science Robotics, o neuroengenheiro Silvestro Micera e sua equipa relatam como o movimento do diafragma pode ser monitorizado para o controlo bem-sucedido de um terceiro braço robótico.
“Este estudo abre novas e emocionantes oportunidades, mostrando que os terceiros braços podem ser extensivamente controlados e que o controlo simultâneo com ambos os braços naturais é possível”, diz Micera.
Este estudo, que faz parte do projeto Third-Arm, visa fornecer um braço robótico “wearable” para auxiliar em tarefas diárias ou em operações de busca e resgate. Para explorar as limitações cognitivas da ampliação, os investigadores construíram primeiro um ambiente virtual para testar a capacidade de um utilizador saudável controlar um braço virtual usando o movimento do diafragma. Descobriram que o controlo do diafragma não interfere em ações como controlar os braços fisiológicos, a fala ou o olhar. Neste ambiente de realidade virtual, o utilizador usa um cinto que mede o movimento do diafragma. Com óculos de realidade virtual, o utilizador vê três braços: o direito, o esquerdo e um terceiro braço entre os dois, com uma mão simétrica de seis dedos. É então testada a capacidade dos utilizadores de usarem os 3 braços, sendo sujeitados a tarefas simples, que demonstrou resultados muito promissores.
Fig 1 – Jogador usa a respiração para avaliar o terceiro braço em realidade virtual
Os investigadores também testaram com sucesso o controlo do diafragma com um braço robótico real, um braço simplificado que consiste numa haste que pode ser estendida para fora e recolhida.
Fig 2 – Controlo de um terceiro braço através de respiração
Estudos anteriores sobre o controlo de braços robóticos estavam focados em ajudar amputados mas este último estudo na Science Robotics é um passo além da reparação do corpo humano em direção à sua ampliação.
“O nosso próximo passo é explorar o uso de dispositivos robóticos mais complexos usando as nossas várias estratégias de controlo, para realizar tarefas da vida real, tanto dentro como fora do laboratório. Só então poderemos perceber o verdadeiro potencial desta abordagem”, conclui Micera.
Imagina só, controlar braços robóticos como o Doctor Octopus, mas sem te tornares num vilão!
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