BioNOW! #80 – Pelo sim, pelo não, vou tomar alguma coisa para tratar isto…
Por Pedro Almeida em
BioNOW! #80 – Pelo sim, pelo não, vou tomar alguma coisa para tratar isto…
Mosaicos, Bacteriófagos e Como (não) voltar à era pré-farmacológica
Já te imaginaste viver numa época sem os antibióticos, cremes e outros fármacos “milagrosos” que a ciência desenvolveu por ti? Provavelmente não, certo?
Atualmente, à mínima dor de cabeça, febre ou outro sintoma leve que tenhas vais a correr desesperadamente para o teu armário dos medicamentos (no final das contas os antibióticos são cruciais para combater microrganismos patogénicos!). Se és uma destas pessoas, parabéns! Estás a ser um importante agente para o desenvolvimento de uma das grandes ameaças do mundo atual – a resistência antibacteriana.
Se esta tendência continuar, muitos dos fármacos, outrora eficientes, podem deixar de ser minimamente eficazes dentro de 20 ou 30 anos – voltaríamos a uma era pré-farmacológica!
Esta vacina pode ser um precursor inovador para uma nova família de imunizações com esta função. A primeira solução proposta visa atacar o Staphylococcus aureus e o MRSA (uma superbactéria derivada desta, resistente a meticilina – um antibiótico da família das penincilinas) através de uma formulação baseada em hidratos de carbono, lidando já com duas das maiores causas por de trás de infeções bacterianas.
Com a identificação dos antigénios (aquilo que atua como uma “red flag” 🚩 para o nosso organismo e desencadeia toda a resposta imunitária com a produção de anticorpos), parece lógico o desenvolvimento de uma formulação proteica, dado o largo leque de funções e eficácia deste grupo de moléculas, certo?
No entanto, a equipa da Michigan State University, liderada por Xuefei Huang e Gerald Pier da Harvard Medical School, revolucionou o futuro da investigação ao nível das respostas imunitárias com uma solução que se baseia em poli-hidroxialdeídos e poli-hidroxicetonas (ou simplesmente hidratos de carbono/ açúcares para os mais íntimos😉). Estes apresentam uma alta especificidade para um certo grupo de bactérias, incluindo uma grande variedade de antigénios (principalmente aqueles partilhados por uma maior variedade de agentes patogénicos), permitindo, por isso, atacar uma maior variedade de estirpes de uma só vez.
Este é o caso do PNAG (polissacarídeo poli-β-(1-6)-N-acetilglucosamina) que por estar presente na parede celular de bactérias como Staphylococcus e fungos, permite simultaneamente uma imunização a uma gama elevada de agentes patogénicos – a chave para vacinas mais eficientes.
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